16 de jan. de 2014

O Ermitão e o Facebook (crônica)






O facebook permite uma coisa interessante. Uma outra nova novidade. É um tipo especial de reclusão, mas que também tolera simultaneamente certa continuidade de socialização. E nisso o neoermitão consegue escolher mais os poucos com quem acredita seja inocente um envolvimento. Bem, o recluso de hoje em dia se preocupa com esse tipo de escolha porque o isolamento total é praticamente impossível atualmente, também muito caro, e essa civilização erra cada vez mais e mais ainda induz massiva e constantemente ao erro. E é interessante entender que é especialmente por esse motivo, essa indução à besteira coletiva, que algumas pessoas se retiram de um convívio social mais cúmplice. Porém, é importante entender também que o afastamento consciente e cultivado dessa pessoa nem é muito pelo tentar não sofrer e se proteger desse mal ou, como pensam alguns leigos no assunto, por acreditar ser superior aos demais humanos, mas, muito mais por uma resistência a causar ou impor a continuidade do sofrimento desses erros aos outros. É exatamente nisso que aparece aquilo ao qual o recluso saudável e verdadeiro mais se dedica. De que, para ajudar realmente a resolver os problemas que estamos vivendo, esse seu movimento da consciência precisa promover, antes de tudo, o deixar de pensar nesta necessidade paranóica desse fazer e fazer e fazer, pois, provavelmente, seja esta, na verdade, a gênese de todos os nossos problemas. E, por outro lado, esse recluso acredita principalmente que o fundamental é, então, dedicar-se a tudo aquilo que é urgente parar de fazer, parar de querer, parar de ser. E é suave...














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