27 de nov. de 2015

DeNadaAdianta (poema)



Há algo sob a tatuagem
E isso é subjacência
Mas nela tem de inflamatório também
Que dizem nunca ter fim
Por isso os antigos as faziam nas paredes das grutas,
Das covas e nos pergaminhos
Nestes ainda causam inflamação
Por isso os de agora as fazem nas grutas parelhas,
Copas e nos descaminhos, lindas causas cheias de difamação
Por isso amanhã se fará nas nuvens, ora ovelhas
Vacas, depois burrinhos
Quem olha vê e já não é
Depende da inspiração
E também agora os punheteiros
De tanta idolatria aos roubam fazendo
Esquecemos que somos putos ralé
Um de país inteiro onde hoje engravidar
É proibido por burrice e caganeira
Banhos de lama, merda e eleição
Aonde cada um não é o que pensa ser
Aonde o outro só vê o que quer ver no cada um
Toda relação é puzzle encaixa, mas não é ali
É ali, mas não encaixa
Essas peças estupradas
Geram a imagem all people
Jogue pro alto
Comece, recomece
Onde está Onã?
Onde todos pensam ser o que não são
E o outro só quer o que vê num de cada vez
De uma felação cheia de pustules numa baixada lá
Besta noutra faixa mais barata lá também
Usurpadas, porém, foi a saia, a calcinha
Deram a mensagem de um tal Picolé
Se jogue de salto!
Comesse donde viesse
Conde do Leviatã?
Vermes num cachorro morto na beira da estrada
Comem o cão a ira canícula criam asas se vão voam
Inoculam-se merda na merda
Merdamorfose acasulamento DNA
DeNadaAdianta


Cido Galvao
F.H. Catani

24 de nov. de 2015

a regra da última pluma de paineira (prosa poética)



a regra da última pluma de paineira: se não faz a mínima autocrítica (em público), que não julgue capaz da crítica de coisa nenhuma em lugar algum...



17 de nov. de 2015

my friends (poem)



my friends 
birds

my masters 

trees, rivers 
where are they?

my feelings 
sad, deep, astonishing

things that I touched 
hair, bones and skin 
a simple smile

things that I saw 
tragedy and beauty

and what I know? 
inventions and losses 
missing memories 
sparks of happiness

some little stones 
and such hard winds 
blood over the streets 
those days, those dreams 
always alone and walking 
where is our sweet love?




16 de nov. de 2015

Deus Peludo (crônica)




Reunidos alguns dos melhores analistas geopolíticos, aqueles de um olho só e a bunda chata com as palmas das mãos peludas, disseram ao mundo, abismados, que talvez o grupo terrorista teria nascido numa cadeia, e diziam isso como fosse um absurdo, acharam estranho que os piores extremistas estivessem naquela prisão, juntos. Para eles, a culpa do aparecimento do grupo foi de quem os prendeu, e não porque eram realmente terroristas e que deveriam mesmo estar naquele lugar, e queestavam no lugar certo... e que, talvez, realmente seriam mesmo perigosos? Mas agora o dilema ainda continua (embora para eles não seja um dilema, mas sim uma certeza) e os analistas têm que descobrir quem foi que criou o grupo extremista, pois para eles não foi a própria imbecilidade milenar dos líderes fundamentalistas, não! ser imbecil fundamentalista de mente embotada não basta, mas sim que é alguém de fora que é o culpado... os débeis mentais são débeis mentais, mas a culpa não é deles mesmos... é de outro... então, logo vão deduzir, finalmente, quem é um dos grandes culpados pelo incentivo desses terroristas... é Deus! A verdade surpreendente revelada por uma meticulosa pesquisa é que o Criador tem fornecido, e isso há muito tempo, o ar oxigenado do planeta Terra, coisa que os mantêm vivos... ainda, e disso há sérios indícios, de que é Ele também quem lhes fornece a luz do sol, que lhes fixa a vitamina D em seus corpos... garantindo-lhes, assim, uma maior longevidade, embora muitas vezes eles mesmos decidam morrer bem antes do tempo... explodindo a si mesmos. Os analistas ainda acreditam, piamente, que é por esse motivo que esses vermes mutantes com DNA misturado de esgoto, mofo e merda e feições monstruosas, pateticamente humanas, gritam: Allah! Allha! Allah! A culpa, disseram, é de Deus!




alucinações (poema)




alucinações: antes a vida sempre, e não a sociedade, talvez seja isso o que diz aquela expressão nos animais enjaulados... as crianças mostram que o sagrado não é algo que se deve conquistar, mas sim algo que não se deveria perder... alguma coisa em algum lugar está errada quando um rio é julgado por uma enxurrada...