As nuvens estão sempre em peregrinação
Na sua cadência religiosa negam estandartes
Seres místicos de toda uma vida abnegada
Seu deslocamento ritual é uma expressão sagrada
São viajantes e aventureiras que abandonaram tudo
Mas é de sua dança e vôo que todas as nossas idéias nascem
Quando passam em romaria para lugares secretos
Podemos ver as coisas do mundo em seus movimentos
Todas em algum lugar se encontrarão em silêncio
Porém sua fé explodirá seu pranto surpreendentemente
Algumas somente caminharão proféticas em deslizamento
Outras serão telúricas pregadoras de um apocalipse estrondoso
Tantas maneiras têm para andar em sua jornada santa
Com seus mistérios e dogmas de paixão e sacrifício
Saíram sem nada desejar e se desprenderam ainda mais
Só carregam agora o peso da alma
Em busca de seu templo em alturas infinitas
Sua brusca ascensão cede seu corpo em glória elétrica
No milagre simples de sua úmida beatificação
Nos abarcam monstruosas em nosso tempo de terror
Ou são a providência da revelação de uma paz inexprimível