23 de jan. de 2014

O puto bruto (poema)







Quando num tardio momento ingênuo e já órfão da ilusão
Percebermos o que realmente é tal monstruoso movimento
Um calafrio de espanto nos subirá pela alma num só tempo
Gritaremos roucos e aturdidos: outra vez não! outra vez não!


Mas naquele ninho fétido que prendeu nossa imaginação
Já estaremos prestes a sucumbir pela cegueira da tortura
Entregaremos ao seu carrasco sorridente tudo em loucura
Sem mais poder apertar nosso coração delicado na mão

Ali caídos em tamanha tristeza com a secura em nossos olhos
Veremos tudo aquilo reescrito e reformado sem nenhuma pena
Será nosso próprio sangue o novo estandarte da mesma rima

Será nosso amor novamente desperdiçado agora como barato lixo plástico
Será nossa honra estilhaçada nesse último e pitoresco pensamento drástico
Nas mentiras queimaremos antes no arrependimento e nem iremos aos fornos

















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