Acatingado, catinguento, fedorento, caxinguento, catingante, fedeguento...
Manja a lenda da ‘lei do bode’? Conta a lenda que no período inicial da revolução russa as pessoas ocupavam as grandes mansões desapropriadas de uma maneira precária. Claro, com o estado da miséria criado ao longo de séculos pelas oligarquias feudais da região, na época a situação estava realmente dramática, mas o partido revolucionário agora iria resolver tudo. Diz então que, quando alguns dos moradores dessas ocupações começavam a reclamar muito das más condições de vida ali com a nova administração bolchevique, os líderes mandavam um bode velho e cagão para morar junto no prédio dos reclamões. Passado algum tempo o lugar havia piorado tanto, pois a presença do bode agora tornara a coisa ali completamente insuportável, que os moradores suplicavam então que o animal fosse retirado porque não conseguiriam mais viver assim. Os líderes o retiravam, então com grande apoio da mídia da época, e se instalava uma alegria e satisfação geral, pelo menos por um bom período dando assim um descanso das reclamações junto aos camaradas do governo revolucionário com tanta revolução pra fazer. Os governantes brasileiros adoram a ‘lei do bode’ e são mestres nessa arte, porém, com pequeninas modificações. É assim... se tem um problema muito grande e quase impossível de resolver na sua administração pública e um monte de gente reclamando muito, não esquenta, porque é fácil pular fora. Basta inventar um problema maior ainda na vida de quem reclama e pronto... Só tem uma diferença entre a ‘lei do bode’ antiga e a que hoje no Brasil se adota: naquela eles tiravam o bode catingoso depois de um tempo...
