7 de fev. de 2014

Epopeia ao Pateta (sátira),






Era uma vez uma terra de brilho misterioso no amor da primavera ensolarada. Agora essa escuridão poluída e triste que nunca a deixa sem a nuvem de breu. Um céu azul que foi claro e um vento liso e forte pelo universo todo celebrada. Praga que paga na culpa dos próprios anjinhos que sem dó nenhuma em mil guerras matou. Em tardes adentro de noites brilhantes de galáxia que fazia toda gente encantada. Pelas árvores milenares que com golpes de seu machado enlouquecido extirpou. No sonho de manhãs que nos engoliam em luz de uma alegria extasiada. Pelas águas dos rios, riachos, nascentes e regatos que emporcalhou e entupiu. Nas campinas secas do paraíso da floresta virgem de chuva de verão precisa e justa. Já morreram também por ela índios, macacos, veados, antas, ariranhas e quem reagiu. E hoje está desbastada, dilacerada e estuprada pelo fedor desta gente abestalhada. Demônios da idiotice televisionada, do carro de plástico e de latinha de mijo que abriu. Talvez queira essa antiga terra maravilhosa esquecer essas anomalias que tem de sobra. Devolver ao lodo mofado para adubo a monstruosidade que um deus malvado cuspiu. Vade retro pateta do apocalipse arrotador de lixo, de bunda suja e de alma azeda. Pateta maldito porcalhão, do grito, do rojão, do ódio e do canhão que o inferno pariu. 






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