17 de ago. de 2015

todos... todos... todos... (crônica)





do meio da turba dividida... que bufava pra lá e pra cá... o mago mendigo... sóbrio, casto, pobre e enlouquecido... gritava delicadamente: "nenhum perdão! nenhuma piedade! serão todos desse lugar surreal... abatidos pelas reversas culatras de uma chacina sincronizada, estampidos num só balaço simultâneo e homogêneo e recíproco... muito antes... ou depois mesmo... que depois de tudo... e ainda antes... quando são os mesmos... se auto alimentando de seus rabos presos... pernas, mãos, pactos, cotas, sanduíches, cocaína, maconha, vestidos de noivado, casamentos e separados... arroz e feijão... pan-americano e eleição... petróleo e punheta cívica... mas de cada rabo... de acordos de rabo... e de rabos rabudos... e chifrudos... idiotas... língua de diabo... ciclovias... e esgoto ao aberto... orgulhosos... convictos... vendidos e revendidos... mas antes mesmo serão esturricados sobre um sol sem água... e a água a acabou e vai acabar... numa praga... na praga do rio podre e fétido... dos rios de esgoto... a praga da imbecilidade e da insanidade comunitária e coletiva... e todos... nas torcidas de pescoço vermelho e estufado... todos... todos... todos...