12 de jan. de 2015

a velha bola (poema)





sou aquele muleque
sozinho no campinho
antes da tempestade
aquela tarde esquecida
numa parte que passou
será que sentiria isso
em algum outro lugar?


será que espantaria que
de um modo estranho
o que ainda lembrou lá
estava aqui tanto tempo
que era algo que não foi?
naquela hora tem o coração
é só ele é que pode unir
o que ideias sempre separam
e os sentimentos que abraçam
nascem daquele batimento

eu sou aquele menino
sem religião sem pai
sem mãe sem mais história
vivo solitário e correndo
correndo como o sangue
amando aquela velha bola