27 de set. de 2014

a pior parte da eleição (crônica)








a pior parte do processo eleitoral talvez já tenha começado e agora tudo o que poderia ser realmente mudança acaba... a mudança é sempre suspendida pelas promessas de mudança... para o orgulho dos vendedores do poder; é quando artistas, médicos, engenheiros, professores, comerciantes, trabalhadores e tantos outros talentos humanos abandonam ao humanismo e sucumbem à monstruosidade partidária; viram paus de bandeira, pregos de placa, cola de adesivo, baba de selo... tipo umas barangas de bituca... ou sabe lá... cascas de sovaco, pentelhos de peido de um bando de cretinos mentirosos desde sempre... é que se sabe, às vezes, talvez que se deseje tanto uma coisa que se acaba por defender seja os capangas do conforto egoísta ou uma compra de uma falsificação de esquina de uma revolução mais barata... tudo por essa ansiedade de garantir a permanência ou dos grandes ideais ou dos grandes privilégios que, ambos, somente levam à exploração da boa vontade dos cidadãos... talvez, pela imensa dificuldade de acreditar que somente na simplicidade do dia a dia se muda o mundo, seja perdida outra e mais uma vez a oportunidade real para mudá-lo nesse presente, nesse cotidiano... e aí... pode-se encontrar num imbecil testa de ferro de um chefão criminoso qualquer aquela solução derradeira que acalenta para além da desilusão ou do medo da perda... e daí, inacreditavelmente, começa novamente errado esperando que dê certo sempre num futuro que, por não ser um verdadeiro presente de mudanças, será viciosamente ancorado em promessas e mais promessas e mais promessas... mentiras e mentiras que só alimentam a intolerância, a crise de ideias contraditórias e antagônicas; sem a comunidade da cooperação... entrega-se tudo, a partir desses dias de ódio... à comunidade dos interesses e do desprezo irrevogável... à guerra e às cusparadas!






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