Era uma vez uma terra de brilho misterioso no amor
da primavera ensolarada. Agora essa escuridão poluída e triste que nunca a
deixa sem a nuvem de breu. Um céu azul que foi claro e um vento liso e forte
pelo universo todo celebrada. Praga que paga na culpa dos próprios anjinhos que
sem dó nenhuma em mil guerras matou. Em tardes adentro de noites brilhantes de
galáxia que fazia toda gente encantada. Pelas árvores milenares que com golpes
de seu machado enlouquecido extirpou. No sonho de manhãs que nos engoliam em
luz de uma alegria extasiada. Pelas águas dos rios, riachos, nascentes e
regatos que emporcalhou e entupiu. Nas campinas secas do paraíso da floresta
virgem de chuva de verão precisa e justa. Já morreram também por ela índios, macacos,
veados, antas, ariranhas e quem reagiu. E hoje está desbastada, dilacerada e
estuprada pelo fedor desta gente abestalhada. Demônios da idiotice
televisionada, do carro de plástico e de latinha de mijo que abriu. Talvez
queira essa antiga terra maravilhosa esquecer essas anomalias que tem de sobra.
Devolver ao lodo mofado para adubo a monstruosidade que um deus malvado cuspiu.
Vade retro pateta do apocalipse arrotador de lixo, de bunda suja e de alma azeda.
Pateta maldito porcalhão, do grito, do rojão, do ódio e do canhão que o inferno
pariu.
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- samba enredo (crônica)
- fruta esquecida... (poema)
- pinturas 2014 (apresentação)
- “Mário da Silva e os Lunares” (sinopse)
- Neo Rebis (projeto/tridimencional)
- Durkheim e a Educação Para a Sociedade (ensaio)
- Pinturas 2014 (artigo)
- saudade de andorinha (poema)
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- adesivo santificado (poema)
- vingança cega... (conto)
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