não é esse poema o do verso franco, da estrofe libertária não é este em nada como uma sinfonia pedante entupida de progressões de harmonia rabugenta ou complexas modulações de uma erudição intransigente nem ao menos e nem de longe almeja a erudição naquela ânsia pela qualidade pesada de uma mentalidade marcial que obriga a disciplina de sistemas amargos regras sisudas e dificuldades sarcásticas curtidas apenas na seca e dolorida ambição da raiva e da fascinação pelo privilégio mas é muito antes, aquela poesia infantil florida e pueril, do ainda intento inconsequente simplesmente... como quando batemos o dedo numa corda afinada de um instrumento rústico... nada além de uma brincadeira... e descobrimos que uma outra em um outro encordoamento esticado que esteja ali ao lado, sem escolha e neste seu mesmo tom afinado vibra sozinha num místico espectro de onda quase imperceptivelmente... na mesma sombra e reflexão de um encontro tão delicado como, assim, de um tênue suspiro sobrenatural que numa saudade sem mágoa, sem agonia não espera mais nada sem nenhuma outra atenção que num pequeníssimo arrepio de sorriso ou um curto lapso de emoção entre almas de crianças... ao se encontrar numa ínfima, instantânea e mútua vibração como nos antigos pedidos das provas de amor ingênuo... |
20 de set. de 2014
não é esse poema... (prosa poética)
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