26 de set. de 2014

choro e sorrio (poema)




se choro essa gota de lágrima
é pela minha fraqueza solitária
que de leve é tocada numa faísca
nesta infinita vida em destruição
não há como compreender nada
desta tão rude e imensa presença
que de modo e lugar nenhum dirá
além do mesmo silêncio de sempre
sempre secreto de um modo tão ínfimo
me arrebenta e enamora e abandona
uma dentro da outra é seca e deserto
e que é a visão desse viver e dessa solidão

se sorrio esse lapso de alegria
é pela morte de minha pequenina noção
que numa inquieta brisa de perfume
desta incrível aparição de firmamentos
tudo se explica num segundo apenas
nesta delicada e minúscula ausência
que alardeia seus rumos aos gritos
pelos quatro cantos e ventos do mundo
sempre embriagada e dançando agarrada
me agrada e beija e abençoa
uma fora da outra que é montanha e tempestade
que é o espanto desse morrer e dessa união





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