28 de out. de 2014

não é silêncio (poema)


do silêncio vejo alguns pensamentos em que derivas
imagens, lapsos de sons... risadas
mas isso não é silêncio
silêncio não existe em lugar algum
então, deste que não sei o que é
porém, é algo surdo assim abafado
é que como disse tua silueta é espectro
atravessa da lembrança ao canto do quintal escuro
e estavas ali? foste o que foi um vulto?
dessa mudez da noite é que nasce um poema
como depois de um sonho que caímos e ficamos surdos
sempre olhamos pra ver se estamos vivos, ao redor confirma
assim, sempre viveremos, pois o arredor sempre existirá
desse barulho que passa nem sei onde passa
da tua morte... mas isso foi morte?
afastas, esse vento carrega tudo
madrasta, tenho medo de que não seja ela
me carregas, ao longe as pequenas janelas
talvez ali dentro? seria assim que se passa?
onde correnteza de folhas secas já caídas
onde vai rio de solitude de água de sombra
luz aurora que apavora e um dia silencia enfim e deita
sozinha... sozinha... caminhas para o nada e estás nua








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