Na fossa mítica da estatística
Como uma fruta esquecida
Que apodreceria sobre a mesa
Se a inteligência não é natural
Se não é ela mesma cultivada
Nega toda uma vida na alma
Se o seu amor desidratado
Não alimenta e não fomenta
Se não vislumbrar o horizonte
Definha no medo e na ilusão
Desabrocharia na compreensão
Mas não vai além do desprezo
O alento profundo da compaixão
Não enraíza sobre um simulacro
Qual revolução poderá fazer
Alguém que em si mesmo se esconde
Que transformações verdadeiras
Sem que a humildade cristalize luminosa
Antes que a mente entre na demência total
Que artificialidade então seria possível
Se nesta senda deste seu buraco fétido
Retorna esta velha insensatez fascinada
Novamente se ilude na parede de pedra
Deste movimento de irrealidade sem vida
Que desprezaria todos os avisos ancestrais
Dos messias que regressaram a gritar
O real! Veja! A verdade não se arremeda!
Para num último sopro evocar salvação
Desta enganação narcísica danada
Que essa cacotopia diz ser o futuro
Maldade que desatava enfim do espírito