7 de mar. de 2023

São Mané Garrincha (poema)




São Mané Garrincha

Padroeiro das infâncias

Afasta a mediocridade

Que mais uma vez se avizinha

Aquela das decisões desiludidas

Que despreza o pensamento

E monta tudo ao contrário

Primeiro o fim depois o meio

E por último o começo

Aquela que por descrédito

Pelo acerto desiste 

E na contramão se precipita

E sem ilusão pela vida 

Corre além da conta por nada 

E atropela e mata e ri ainda

Você que de um avesso

Fez do movimento seu milagre

Você que desta vida torta

Desmentia nossa fatalidade de coxo 

Destruído em sacrifício bobo

Que possível seria tua maior graça

São Mané Garrincha nos livre

Da brasilidade esculhambada

Padroeiro da minha ingenuidade

Me faça chorar à toa de novo

Proteja-nos outra vez

De sempre esperar cair do céu

Proteja-nos desse mau agir

Que só depois que o céu cair

Proteja-nos outra vez

Em todos os sonhos de criança