São Mané Garrincha
Padroeiro das infâncias
Afasta a mediocridade
Que mais uma vez se avizinha
Aquela das decisões desiludidas
Que despreza o pensamento
E monta tudo ao contrário
Primeiro o fim depois o meio
E por último o começo
Aquela que por descrédito
Pelo acerto desiste
E na contramão se precipita
E sem ilusão pela vida
Corre além da conta por nada
E atropela e mata e ri ainda
Você que de um avesso
Fez do movimento seu milagre
Você que desta vida torta
Desmentia nossa fatalidade de coxo
Destruído em sacrifício bobo
Que possível seria tua maior graça
São Mané Garrincha nos livre
Da brasilidade esculhambada
Padroeiro da minha ingenuidade
Me faça chorar à toa de novo
Proteja-nos outra vez
De sempre esperar cair do céu
Proteja-nos desse mau agir
Que só depois que o céu cair
Proteja-nos outra vez
Em todos os sonhos de criança