31 de mai. de 2016

clouds & poems (digital photomontages)



"Paris" (April 2016)



Nuvens são os poemas que a água escreve...


Minha vida poética certamente começa quando eu ainda era uma criança e observava as nuvens deitado no chão. Por horas eu as contemplava em sua maravilhosa qualidade. As nuvens sempre me impressionavam imensamente. Nas manhãs eu corria logo cedo ao levantar para ver como estavam no novo dia. Será que estavam carregadas e pesadas, se estavam leves bem alto no céu? Negras e amedrontadoras? Suaves e bem-aventuradas? As formas que as nuvens criavam sempre provocaram a minha imaginação. Sua magnitude. Flutuando. Água flutuante. Gigantes. Suas incontáveis possibilidades de formas. Sua ilimitada capacidade de revelar a luz e de expressar as sombras. Imaginava-as como seres imensos viajando pelo céu do mundo. Numa aventura mitológica. As tempestades. Os raios. Os trovões. Os dias calmos e magníficos com lindas nuvens passando no silêncio da tarde. Aterrorizando-nos nas noites de tempestade. Sonho que as nuvens carregam a imaginação humana. Desenhando e escrevendo em suas formas e volume. Sobre tudo. Numa uma dimensão inusitada. Mitológica dimensão. Espanto e dádiva sublime. As nuvens declamam todos os dias maravilhosos poemas épicos da água. Contam sobre a natureza da vida.... Implacáveis. Delicadas. Poderosas. Dramáticas. Redentoras. Proféticas. Destino destruidor. Graça salvadora. A eterna e divina providência da água.


(Estes são trabalhos de fotomontagem digital a partir de fotografias de nuvens em seus vários estados que eu mesmo faço. As imagens são reprocessadas ​​em um software simples. Sem mudanças exageradas, sem que nenhum alongamento ou distorção. Apenas são intensificadas ou mitigadas algumas cores assim como as relações entre o claro e o escuro. A intenção final é produzir grandes painéis a partir destas foto montagens).




Clouds are the poems that water writes…

My poetic life certainly begins when I was a child and used to watch the clouds when I was lying on the ground. Looking its wonderful and mysterious quality. The clouds always impressed me immensely. Early in the morning I used to run to see how they were getting up to the new day. Were they loaded and heavy? Were they light high into the sky? Black and fearful? Soft and blissful? The shapes that clouds make always provoked my imagination. Its magnitude. Floating. Floating water. Giants. Countless possibilities of forms. Limitless ability to reveal the light and shadows, to express a sacred world. Silently. Imagined them as huge beings traveling through the sky land. A mythological adventure. Storms. The rays. Thunders. Peaceful and stunning days with beautiful clouds passing through the shiny afternoon. Terrorizing us in the stormy nights. I wonder that the clouds carry the human imagination. Drawing and writing in its forms and volume. About everything. With an unusual dimension. Mythological dimension. Amazement and sublime gift. The clouds declaim all wonderful days epic poems of water. Telling about the nature of life... Relentless. Delicate. Powerful. Dramatic. Redemptive. Prophetic. Destructive fate. Saving grace. The eternal and divine mercy of water.


(These are digital photomontage works from photographs of clouds in its various states which I do by myself. The images are reprocessed in a single software. Without several changes, without either stretching or distorting. Only are intensified or mitigated some colors and the relationship between light and dark as well. The ultimate intention is to produce large panels from these photomontages).

18 de mai. de 2016

manifesto do exílio (prosa poética)





manifesto do exílio derradeiro, entrada na clandestinidade do porraloquismo e expatriamento das almas...

para o seu pior virá é que, entre um governo raquítico imbecil que antes entregou o poder de bandeja num jogo de bate bafinho de figurinhas... sem resistência nenhuma (acorda besta! não tem resistência nenhuma ali caraleo!)... e um governo da nova era da cagaioça geral... que então usará para estar usando o poder para estar limpando as suas bundas imundas... uns nas bocas dos outros e todos outros na boca dum... só porque gostam de bosta e só sabem vender merda e só porque só descobriram como viver de vender merda (só gostam de merda cacete! vampiros chupa merda!)... em verdade, para o seu pior! e tem esse povo fudido que vai se fuder, povo lixo, carnavalesco dum carnaval carnavalzado de camisetas e de bandeirolas e de cornetas de plástico só até dar fome, sede ou sono... e virá uma nuvem roxa e cinza e carregada de total e completa destruição de uma sociedade, que nunca foi ou será nada além de uma punheta infame, e que nunca nem sequer por ventura havia nem supostamente existido ainda no horizonte... o negando, não negando-o... não existirá mais... será metalinguístico na própria miséria! miserento na própria miséria! vão se fuder!




12 de mai. de 2016

o macunaíma do semáforo (poema)




hoje que corres entre teus macunaímas zumbis
pelos braseiros, dos paus, cruzes santas, brasis

em teu triste berço o tênue desmaiado, dopado
perdes ainda a tua própria qualidade de Estado

ganhas assim a parca dignidade de um semáforo
por país então chamado somente pelo desaforo

não carregarás mais palcos, palanques ou altar
serás conhecido e difamado apenas por... lugar







1 de mai. de 2016

o wren e o bem-te-vi ( poema)







um wren 

seu mar

entre esses

navega e sente

dois continentes

sonha e voa

estes dentre

seu céu

um bem-te-vi