25 de fev. de 2015
sorte de passarinhos (prosa poética)
16 de fev. de 2015
o silêncio é denso/the silence is dense (poem)
o silêncio é denso
o barulho um solvente
andar nele é forçoso
não suspende se mentem
os medrosos das lembranças
viciaram nesta substância
fugindo da saudade
o feminino obriga a poesia
pra nela somente pensar
quando de perto passear
só se escreve o que é dela
algumas cidades são poemas
outras apenas um áspero dilema
na distância viviam apaixonados
e do que era raiva longe evapora
os novos amam as mulheres
os velhos as cidades e a fé
quando ela é cheia de correria
corta a intuição dos versos lentos
se é andando que está seu ritmo
em cada palmo das suas curvas
floreada toda a vida das rimas
se pode apertar entre desejos
se pode até cansar os pés
a força do poeta é o mote
mas há quem não se toque
andando de passadas na noite
floreiras, ruelas e segredos
é sonhada que seria delicada
talvez um dia se encontrem sim
o velho que quase foi seu trovador
e a mulher que era uma linda cidade
a cidade que ama, beija e abraça
a poesia... velha e cansada
onde nada... o nada... onde nada...
de caminhadas e o seu amor
se esqueceu da estrada no fim
chegou... e lá estava a sua amada
the silence is dense
the noise a solvent
walk in it is forcible
do not suspend if lie
the fearful of the memorable
addicted on this substance
running from the missed
the female requires poetry
only to think of it
when closely stroll
only writes down what is hers
some cities are poems
others only a rough dilemma
in the distance they lived passionate
and it was anger that away evaporates
youngs love women
old people the towns and faith
when she is full of rush
cuts the intuition of verses wait
if that is your walking rhythm
in every inch of her curves
flowery all life of rhymes
could squeeze between desires
one could even your feet tired
the poet's strength is the motto
but others do not cop onto
walking past at night
planters, narrow streets and secrets
is dreamed it would be delicate
maybe one of these days find themselves yes
the old man who was almost his minstrel
and the woman that was a beautiful city
the city that loves, kisses and hugs
the poetry ... old and weary
where nothing ... nothing ... where nothing ...
walking and your love
has forgotten the road at the end
arrived ... and there was his beloved
o barulho um solvente
andar nele é forçoso
não suspende se mentem
os medrosos das lembranças
viciaram nesta substância
fugindo da saudade
o feminino obriga a poesia
pra nela somente pensar
quando de perto passear
só se escreve o que é dela
algumas cidades são poemas
outras apenas um áspero dilema
na distância viviam apaixonados
e do que era raiva longe evapora
os novos amam as mulheres
os velhos as cidades e a fé
quando ela é cheia de correria
corta a intuição dos versos lentos
se é andando que está seu ritmo
em cada palmo das suas curvas
floreada toda a vida das rimas
se pode apertar entre desejos
se pode até cansar os pés
a força do poeta é o mote
mas há quem não se toque
andando de passadas na noite
floreiras, ruelas e segredos
é sonhada que seria delicada
talvez um dia se encontrem sim
o velho que quase foi seu trovador
e a mulher que era uma linda cidade
a cidade que ama, beija e abraça
a poesia... velha e cansada
onde nada... o nada... onde nada...
de caminhadas e o seu amor
se esqueceu da estrada no fim
chegou... e lá estava a sua amada
the silence is dense
the noise a solvent
walk in it is forcible
do not suspend if lie
the fearful of the memorable
addicted on this substance
running from the missed
the female requires poetry
only to think of it
when closely stroll
only writes down what is hers
some cities are poems
others only a rough dilemma
in the distance they lived passionate
and it was anger that away evaporates
youngs love women
old people the towns and faith
when she is full of rush
cuts the intuition of verses wait
if that is your walking rhythm
in every inch of her curves
flowery all life of rhymes
could squeeze between desires
one could even your feet tired
the poet's strength is the motto
but others do not cop onto
walking past at night
planters, narrow streets and secrets
is dreamed it would be delicate
maybe one of these days find themselves yes
the old man who was almost his minstrel
and the woman that was a beautiful city
the city that loves, kisses and hugs
the poetry ... old and weary
where nothing ... nothing ... where nothing ...
walking and your love
has forgotten the road at the end
arrived ... and there was his beloved
9 de fev. de 2015
a imensa tragédia/the huge tragedy (thought)
o mundo humano já é imenso, ninguém realmente faz ideia aonde chegamos, e não há mais retorno; todas essas máquinas gigantescas, monstruosas, agora nos ditam o tempo, a velocidade e uma força tecnológica autômata que já nos é humanamente impossível acompanhar... e nessa tragédia, se o poder triturador de tal tirania absoluta, que nos torna nada em nós mesmos, está na imposição de uma quantidade colossal de movimentos grotescos e assombrosamente barulhentos e ofuscantes sobre uma escalada assustadora de nossa desumanização... a única resistência possível, e sempre foi esta, está na reescrita de uma poesia arcaica, de uma ingenuidade, simultaneamente, heróica e infantil... e que estes sejam os heróis de seu próprio cotidiano... pela recriação da qualidade de uma alma rústica, primitiva e artesanal, para cada ínfimo pensamento, sentimento ou ato neste mundo...
the human world is already huge, no one really has any idea where we are, and there is no return; all these gigantic, monstrous machines, we now dictate to us the time, the speed and an automaton technological strength that already is humanly impossible to follow ... and there is this tragedy, if the crusher power of such absolute tyranny, which makes us nothing in ourselves , is the imposition of a colossal amount of grotesque movements and fearfully loud and blinding about a frightening escalation of our dehumanization ... the only possible resistance, and has always been this, is in the rewriting of an archaic poetry, of an naivety, simultaneously, heroic and childish ... and let them be the heroes of their own everyday ... by the recreation of the quality of a rustic, primitive and artisanal soul, for every tiny thought, feeling or act in this world ...
6 de fev. de 2015
prova da alma artística/ evidence of the artistic soul (thought)
quando um artista se apaixona pelo diálogo entre a intuição e o instinto como elemento fundamental de seu trabalho, seja lá o que faça, por seus limites ou por suas escolhas, deixa de lado a complicação erudita e racionalista, a técnica hipertrofiada e a execução extensa como principal preocupação e passa a vivenciar uma simplicidade rústica do sentimento, a ingenuidade elaborada e a profundidade poética como o melhor significante de sua expressão, pois, para este artista, o mais importante é aquilo que tem necessidade de dizer ao mundo; como irá dizer, de uma maneira ou de outra, aparecerá inevitavelmente do próprio movimento do seu fazer e como consequência intrínseca de seus impulsos... e é somente este artista ainda o que prova, radicalmente, que a alma artística é disponível e aberta a todos, sem nenhuma exceção possível...
when an artist falls for the dialogue between intuition and instinct as a key element of his work, whatever he does, by his boundaries or for his choices, leaves aside the classical and rationalist complication, the hypertrophied technique and the extensive technique implementation as the main concern and starts to experience a rustic simplicity of feeling, the elaborate ingenuity and poetic depth as the best significant of his expression, therefore, for this artist, the most important is what he needs to tell to the world; the way as will say, one way or another, will appear inevitably from the movement of his own making and as an intrinsic consequence of his impulses... and it is only this artist which yet proves, radically, that the artistic soul is available and open to all without any possible exclusion...
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