16 de jul. de 2014
pelas minhas contas... (poema)
pelas minhas contas
quase certas
neste dezembro ele chega
no fim deste e quase início de janeiro
descobri que nunca fui gente
mas um tipo de pousada
a última de um caminho de dentro
uma estrada que nunca começou
e um pouco ilude que em mim acaba
e como é de interiores sempre foi noturna
e agora que finalmente ele chega
quer andar no sol daqui pra frente
e eu o hospedarei de uma maneira estranha
pois será pra um sempre até que eu morra
é um peregrino que de um infinito
de um mundo que anda sem fim
e agora eu mesmo serei este andarilho
neste depois de dezembro começo de janeiro
ele já grita de longe que não será uma pessoa das máquinas
embora delas também se fazem as trilhas
mas avisa que nada será mais útil se carregados com chaves, cadeados e medos
fala e se confunde em muitas línguas
que eu sou um tipo de templo que vai sucumbir
vai desmoronar quando ele enfim sair para o campo
que disseram pra ele que haveria nascentes, campinas, recantos e relva
que seus passos seriam secos, áridos, úmidos, congelantes
berrou que esqueça de tudo menos dos que amei de verdade
e que das árvores e dos passarinhos avisaram ser toda poesia que ainda nos resta