Desiste desta Tua perfeição
Desacredita daquela redenção
Esquece esta absolvição épica
Dos trovões e nuvens se abrindo
Com os clarões e os mortos vivos
De Teu sagrado silenciamento
Não reclamamos nem um pouco
A justiça cega, surda e ausente
Não blasfemamos em nada
Da Tua paciência conivente
Não ousamos duvidar
Deste realejo da salvação
Do rocambole de futuro eterno
Fogo no vento, cavalos e cavaleiros
Deste desperdício na miséria
Desta míngua nesta fartura
Da Tua obra de beleza canibal
Porém que um mínimo então urge
Antes de toda a parafernália final
Que menos disto um clamor inocente
Ilumina agora um ínfimo instante
Que seja só uma lasca de chama
Senão um cisco de uma farpa
Da menor fagulha que Te sobrar