Sinal de nossos tempos inéditos, o peregrino incrédulo chegou onde tanto procurou, desiludido pelo mundo, onde se escondia o sábio depressivo... que desistiu de tudo. Este agora um mendigo e só não era mais mendigo porque sóbrio, não por vocação senão desgosto, era assim um homem santo... coisa que o próprio odiava. O peregrino então, entre uma bufada de saco cheio e outra, perguntou ao oráculo desvalido de qualquer nobreza secular: "Mestre ó mestre!"... "Quem?"... satirizou sem nenhum humor o mendigo santo nada estimulado. Continuou arrastando a voz o andarilho desalinhado: "Como resolver essa crise de hoje?". O molambo sacro ataca: "Crianças... convoque um conselho de crianças que nunca estiveram na escola... elas e somente elas o dirão!". Já sem nenhuma tolerância se joga na completa desorientação o maltrapilho peregrinante e grita: "Mas ó mestre do caralho! Se entregarmos isso nas mãos de crianças... o que elas poderão criar de problemas seria impensável! inconsequentes que são! tolice sua pobre mendigo idiota!"... O mendigo sábio engasgado, desterrado e enojado dos seres humanos responde com um mau gosto terrível: "Ah... sim... talvez joguem bombas atômicas? queimem pessoas? metralhem velhinhas? derrubem aviões? ou mesmo obriguem a outras crianças a serem assassinos impiedosos de si mesmas?"