26 de mai. de 2023

Coitado Poeta (poema)



O poeta é nada além dum pobre coitado

Que deuses decidiram por despedaçar

E tem um pedaço jogado em cada lugar

Desde o coração e a alma esquartejado


É andarilho de lembrança em lembrança

De tantos destinos sem dó arrebatados

Sonho, maldição e penitência misturados 

Exílio onipresente que nunca se alcança


De todas as guerras lhe exigem os cantos

De toda saudade que acalme seus prantos

Das cidades sempre a dançar apaixonado


Das odes e visões que ninguém acreditará

Do que passa planta para nascer o que virá 

Só, num pacto de vida e morte aprisionado




13 de mai. de 2023

Precies (conto/poema)




Precies


Duas coisas sempre andam juntas. Caminhos e crianças. Ou se insiste que os meios vão até as coisas, ou se entende que as coisas é que deveriam ir pelos motivos. Para que todos cuidem uns dos outros na jornada, o melhor atalho é cuidar muito bem das crianças desde a partida. Nessa vereda, até mesmo o errado chegará num lugar certo.




Deep was the night (conto/poema)




Deep was the night


And the devil came. When he came he brought his requirements and chose his own illusions. Poor kid. He is the most deluded of all. And the devil is gone. He took his sarcasm, as always losing his occasion to cheers himself again. And we fled to the sacred forest once more. We take our horn-handled knives, light the fire and go hunting. There the devil does not have his reign. From the depths of nature we built our hut. And there we begin our journey. True heroes again. And the spirit gave us awareness. And now we are alive. The wolves howl in the distance and we took care of each other until the end, and the creek makes its old gentle rumble and we can sleep over the clouds, the little stars and the wide holy universe.




Kando (poema)




Kando


Subjacente à iluminação da pintura perfeitamente laqueada, as engrenagens rodam pela graça de um óleo bruto que as unge. O pensamento, o sentimento e a ação fruem, alinhando a graça da intuição na divindade, sem passado e sem futuro, num instante que flutua no eterno.





Verdade (universo)




A verdade é tudo aquilo que ela não é.





A velha lenda (conto/poema)




A Velha Lenda

do Paraíso Perdido


Apenas sobraram uma flor, uma criança e um poeta. Que assim, ao desabrochar, de todas relembrasse, em formas e cores e perfumes, da absoluta geometria da vida. Que, ao sonhar destas infâncias, guardasse bem fundo o segredo do mistério mais antigo dos mundos. E que, no desenrolar do cordel libertário do eterno colar das galáxias, cantasse aos quatro tempos, e que jamais esquecesse, da rima das almas, nos versos do Espírito.





Autoria (poema)




Onde um ideal corrompe

É a compaixão que perdoa


O que a identidade aprisiona

Só a inteligência absolve


Quando o autoritário sucumbe

Começa a nascer a autoria




Nostalgia (universo)



A nostalgia é uma galáxia de saudades...




Viciosa Trindade (poema)




A Viciosa Trindade das Novas Novidades


Como o egotismo sempre se reconhece em sua própria substância ridícula, busca obsessivamente se esconder, dissimulado num falso inédito; a patifaria. Já na trapaça que rouba da cultura de todos, e é compulsivamente exposta como genialidade única, numa aparência de inovação simulada; a canalhice. Nesse fenômeno da essência do simplório, a cada ilusão de uma estreia fraudulenta, é covardemente ausentado de sua miséria mesma; a mediocridade.





Girovagando (poema)





Chiamate tutti i giovani

Giochiamo tutti insieme

Se occupiamo la stazione

Nessun treno passerà

Se ci sediamo sulle strade

Non passerà mica nulla

Chiamate i giovani di nuovo

E il mondo ascolterà di nuovo

Cammineremo lassù... laggiù

Cantiamo e facciamo solo ridere 

Dammi un bacio e un abbraccio

Urliamo ancora: Libertà!

Se ricominciamo nell'amore

Niente di bello morirà

Se ci fermiamo qui nel cuore

Nessun odio vivrà