8 de set. de 2015

nada mais sendo (poema)



cada casa se via
vazia às vezes
naquele silêncio
tudo parecia igual
sempre igual fazia
mas se uma força
uma força desatenta
uma coisa nova era
novamente aparecia
como se vivesse
ao mesmo tempo
em vários lugares
e de pouco a pouco
agora piavam ali
alguns passarinhos
nos seus avisos
de que olhasse
o que só faria
e lá alguns sinais
daquelas folhas caídas
e essa distância maior
mas era de si mesmo
como de longe fugia
de si próprio que era
mas não era fugir
apenas que estaria
ali ali e ali e ia
ia sem pensar
algo oco surgia
como um tronco
já seco e morto
doía sim claro
dessa coisa pura
que viver devesse
uma florzinha saía
e que agora mesmo
e nesse outro lugar
nada mais sendo
apenas chovia