Um Mote
A partir de um contexto de serviço voluntário e de trabalho profissional
como educador, desde oficinas de arte com crianças, programas para recuperação
da adicção às drogas e álcool, um estágio de pesquisa para um trabalho de
conclusão de curso de pedagogia sobre as iniciativas socioeducativas de reclusão
de adolescentes, mais uma dissertação de mestrado em educação resultante das
reflexões sobre atividades organizadas para qualificação de professores, surge
uma problematização da organização do processo artístico. Através de uma
metodologia semiótica focada nos movimentos da imaginação, propõe-se uma base teórica
e prática de trabalho, tanto educativo quanto psicológico, sobre algumas
disposições imagéticas intrínsecas a um signo anímico no entendimento do espectro
de seus conflitos e de suas vocações, da pessoa e do seu ambiente, visando um alinhamento
entre pensar, sentir e agir, para a sobriedade e a compaixão.
Todas as referências e fontes para reflexões apresentadas se encontram
com as aspirações surgidas dentro dos trabalhos de educação estética que nestes
anos pesquisei e implementei, sempre abordadas através de uma fenomenologia dessa
imaginação, especialmente pela capacidade destas em definir qualidades
fundamentais do ser humano. O objetivo principal não é, porém, propor ações
modelares, com a instrumentalização de técnicas específicas e voltadas apenas ao
produto artístico, mas, está no desenvolvimento de uma concepção do que entendo
como uma aproximação escalar, emergida tanto de necessidades quanto de potencialidades,
na ampliação da consciência do ser e do seu mundo, pela apreensão, em seus dois
significados, de um domínio do processo artístico imaginativo, apresentando o
estudo e produção do poema e da pintura abstrata como seu melhor, maior e
imprescindível momento, através de uma proposição para o cultivo da alma.
